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A Leninha era bonitita, mas namorava mais de janela. Já a Fátima, com tudo "in su sítio", passeava-se vaidosamente pelo jardim da Estrela e com frequência namorava os soldados do Hospital Militar, mudando quase mensalmente.
Das três ou quatro vezes em que a Leninha e a Fátima se nos juntaram foi uma arreliação pegada.
É que no final da projecção - em Super 8, na casa do Beto, obviamente nas escondidas dos donos da casa - elas desapareciam e lá íamos os putos todos, "em brasa" a correr para o Jardim da Estrela, procurando os confortos fáceis a que os putos podem aspirar (mirar miúdas, mandar umas bocas a outras e coisas mais que aqui não soaria bem escrever).
Mas verdadeiramente o que nos chateava nessa altura era que o pai do Beto nunca mais renovava o stock de filmes.
O filme a preto e branco ainda vá lá. Agora o de cores era só riscos e falhas de imagem. Havia mesmo cenas inteiras com compreensão prejudicada pelas falhas técnicas. Voltávamos por isso frequentemente atrás, tentando encontrar o fio à meada.
Mal agradecidos, ás vezes até apetecia dizer ao senhor do meio da rua "ó pá compra lá mais filmes porra!".
Era só mesmo o que nos chateava.
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