domingo, 20 de julho de 2008

hábitos circenses


Aqui este escriba tem uma certa tendência para evitar males maiores "à queima". Por outras palavras, tem às vezes bons reflexos.
Ontem sucedeu uma vez mais.
Um luxemburguês trintão em viagem familiar de Mercedes-Benz esqueceu-se de fazer a curva e lá vinha ele direito à frente do meu carro. Consegui evitá-lo por muito pouco, com uma guinada e correcção súbitas, magistralmente acompanhadas pelo condutor à minha direita, que esteve igualmente bem na dança.
Mais adiante o homem do Mercedes lá explicou que vinha a olhar a estátua do Cais do Sodré e não reparou que a estrada flectia sensivelmente à esquerda. "I'm not from here" disse ele.

Este golpe de cintura de ontem fez-me recordar outros reflexos úteis na minha história, acima de todos um em Wolverhampton, há uns 10 anos, num jantar de negócios especialmente frio, com quatro pessoas que não estavam a saber como começar a conversar à mesa.
Fazendo apelo a outra capacidade que me é comum, a de algum desatino manual, num repente o meu garfo, que repousava dentro do prato, é catapultado por uma mão (minha, já se vê) fora de trajectória e inicia um caminho em mortais sucessivos direito ao chão.
Num passe próprio de trapézio circense o meu corpo inclina repentinamente e apanha o garfo já a uns 30 centímetros do chão.
Foram "fabulous", "fantastic" e "bravo" vários pela sala, palmas e amplas risadas na mesa e um jantar de negócios num repente levado de 8 para 800, em ambiente.
Nem estudado aquele episódio teria saído como saíu.
Um tipo com sorte, tenho eu sido.

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