domingo, 3 de fevereiro de 2008

Zulmira encontra Artelina, à porta do Clube

Z - ó dona Artelina, pareceu-me ver ontem aqui os nossos dois homens à conversa, hã? Quererá dizer que isto afinal não vai fechar?
A - pois, já me vieram dizer que os viram aqui especados, os parvos. Espero mesmo que o Clube esteja p'a fechar. Era cá uma tentação! Os clubes só trazem vícios, sabe, e dão cabo das famílias. Cruzes credo.
Z - bom, até p'ra nós ó dona Artelina. Ás vezes punha-me ali à esquina a espreitar, a ver se vinha alguém. Até gostava de ver.
A - mas ó dona Zulmira, fecham aqui e abrem noutro sítio qualquer. Isto é uma cambada que não se pode fazer nada.
Z - olhe, eu cá por mim só não quero é que o meu homem cá passe muito tempo, que um dia ainda entra e depois tenta-se. Mas se não fecharem até lhe digo que nem desgosto de vir cá espreitar às vezes. E olhe que vejo muita vizinhança aqui a passar quando está cá alguém. Até pessoas de fora aqui vêm. Deve ser da fama.
A - dona Zulmira, não me está a dizer que também queria entrar, não?
Z - ó dona Artelina, por falar nisso, não tem um bocadinho de coentros que me empreste? E o tempo, já viu, parece que vai chover. Olhe, até amanhã que estou com pressa.

Sem comentários: