sábado, 29 de setembro de 2007

Chorar ao ouvir o hino

Hoje testemunhei duas evidências de como o hino nacional tem qualquer coisa que eu não alcanço bem.
Ramon Font, catalão amigo de Portugal, homem importante da comunicação social em toda a Espanha e, em dado tempo, membro do governo autónomo da Catalunha, dizia em entrevista radiofónica que quando escutava o hino catalão só lhe apetecia calar-se e até estremecia (tocava em fundo o hino, quando decorria a entrevista).
No jogo de râguebi que confrontou a Nova Zelândia com a Roménia, vários romenos choraram quando se entoava o hino, um deles quase convulsivamente. Na bancada era um "vê se te avias" de choradeira.
Há algumas semanas, os portugueses, no mesmo mundial de râguebi, gritavam e cantavam de pleno coração, quando o hino se fez ouvir.

Alguém me ajuda a perceber, a mim, pobre descrente e incorrigível republicano, porque será assim? Algum de entre vós se lembra já de ter chorado a cantar o hino? É que eu cá não (o que é que se passará comigo?).

3 comentários:

Beta disse...

eu até chorei (ou pelo menos fiquei com a lágrima no canto do olho!) com a música da Nelly Furtado, a "como uma força" acompanhado com as imagens da nossa selecção!.........chorei com o filme "As pontes de Madison County" e com o livro "A arte secreta de guardar segredos" só para enumerar algumas mais estranhas!

Clara disse...

Chorar com o Hino, talvez não! Mas não nego que é sempre uma grande emoção ouvi-lo, especialmente em eventos que arrastam multidões! É uma expressão de patriotismo, união, comunidade... Eu gosto, respeito e fico emocionada ao ouvir cantar o hino! Viva A Portuguesa!

Vitor Reis M disse...

lembrei-me de uma coisa: na minha pré-primária tinha de cantar o hino todos os dias, antes das aulas.
também, todos os dias, me davam a comer puré de batata com carne. resultado, o hino não me emociona e o puré não o como. acho que foi culpa da escola da Calçada do Combro, em Lisboa, onde só se aproveitavam as manas Genovevas (não recordo o nome, por isso invento) e as suas esplendorosas batas azuis.
é curioso pensar-se que em finais da década de 1960, era eu chavalito pré-escolar, as meninas juntavam-se aos meninos entre os 4 e os 6 anos e eram afastadas entre os 7 e os 10. está-se mesmo a ver que o regime salazarento-marcelista considerava os 7 anos a idade de risco da revelação sexual.