Numa noite da semana passada, fui ao Colombo, passava já das 11 da noite. Entrei e saí rápido e, chegado à máquina de pagar o estacionamento, fiquei em fila com um tipo mais ou menos da minha idade. Espirrei. Vira-se o fulano para trás, com um sorriso moderado, e dispara um costumeiro "santinho".
Mas não se ficou ele pelo "santinho", acrescentando um ainda mais não habitual, mas não original, "não sei se é".
Fiquei preocupado, pois estava eu acompanhado de uma mulher que mal me conhecia e o risco de ali acontecer um "male flirt" fez soar-me campaínhas. Mas não.
"É que não sei se sabe porque se diz "santinho" a alguém que espirra?". Que não senhor, não sabia eu, disse-lhe. "Pois, é que parece que o nosso coração para quando espirramos. Como que suspende o seu batimento, para que o ar expelido não o sufoque ao sair. Em boa verdade, como que morremos naquela fracção de segundo. Por isso diziam os antigos que se o coração para, então, quando acabou o espirro e estamos vivos é porque somos santos. Santinhos, na expressão mais carinhosa".
"Conte agora você a história aos seus amigos, visto que a mim também me contaram. Boa noite, tenha um bom Natal".
A mulher que estava comigo olhou-me e, naturalmente, riu-se comigo do que se passara.
Notei entretanto que tenho espirrado menos desde essa noite.
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