domingo, 11 de novembro de 2007

hoje é o Dia da Memória, no Reino Unido

transcrevo do Público on line:

"Papoilas vermelhas sobre um jardim de cruzes assinalam o Dia da Memória, que se comemora hoje, no 89ª aniversário do armistício que pôs fim à I Guerra Mundial. A data tem grande visibilidade no Reino Unido, onde são homenageados os soldados mortos nos vários conflitos em que o país esteve ou está envolvido."

Foto: Dylan Martinez/Reuters


A simbologia da Papoila vermelha (que vemos na lapela das mais variadas figuras públicas britânicas, há já semanas) teve por inspiração este belo poema, de John McRae:


"In Flanders Fields

In Flanders fields the poppies blow

Between the crosses, row on row,
That mark our place; and in the sky
The larks, still bravely singing, fly
Scarce heard amid the guns below.

We are the Dead. Short days ago
We lived, felt dawn, saw sunset glow,
Loved and were loved, and now we lie
In Flanders fields.


Take up our quarrel with the foe:
To you from failing hands we throw
The torch; be yours to hold it high.
If ye break faith with us who die
We shall not sleep,
though poppies grow
In Flanders fields."


Pensa-se que John McRae escreveu este poema, ou pelo menos o seu esboço, no mesmo dia em que morreu, vítima de uma bomba alemã, o seu amigo e camarada de trincheira da famosa 2ª batalha de Ypres, na Bélgica, o tenente Alexis Helmer. Seria o dia 2 de Maio de 1915.

Canadiano em combate pelas tropas britânicas, médico militar, o major McRae evoca no poema a coexistência entre vida e morte, com as cruzes dos cemitérios em combate dispostas bem no meio dos viçosos campos de papoilas da região de Ypres, na Flandres.





Toca-me especialmente esta celebração, pois também o meu avô, Francisco António dos Reis, combateu em Ypres, na igualmente famosa batalha de La Lys, em 1918, integrando o CEP - Corpo Expedicionário Português.

Foi este, talvez, um dos mais dramáticos episódios da história militar portuguesa, com cerca de 7.500 mortes portuguesas ocorrendo em um só dia, a 9 de Abril, também às mãos dos alemães.

Como se depreende pela ainda existência deste escriba, o meu avô Francisco sobreviveu a esse terrível dia.

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