sexta-feira, 30 de novembro de 2007

diz Rui Tavares ("PÚBLICO" de ontem), sobre liderança

"O CAMPO DE DISTORÇÃO DO REAL

Diz-se que os líderes carismáticos conseguem produzir uma coisa chamada "campo de distorção do real". O líder entra na sala, faz um discurso, fala do futuro, e o pessoal não só acredita, como se sente já experimentando esse mesmo futuro. Depois o chefe vai embora, e a realidade continua. Às vezes muda, às vezes não; a maior parte das vezes muda pouco ou quase nada.
Isso não quer dizer que o "campo de distorção do real" seja puramente ilusório e, em consequência, inútil. Pelo contrário. É bom ouvir falar de como as coisas podem vir a ser. Por vezes, a partilha colectiva dessa esperança pode fazer a realidade pegar de empurrão.
Na maior parte das vezes, porém, a realidade é uma coisa intratável.
O líder vai abusando da sua capacidade de convencer o público e o seu campo de distorção vai perdendo força. A certa altura ninguém acredita nele; nem sequer o próprio líder. (...)"

Interessante.

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