sábado, 17 de novembro de 2007

O meu reconhecido bom gosto

Tem sido soezmente insinuado uma inclinação deste escriba por cantoras de cabaret de terceira, assim se fazendo perigar o meu bom nome e, sobretudo, a minha reputação e longo historial de homem de bom gosto e comprovados elevados padrões e sucessos.
Esclareço publicamente - e ameaço já com açoite psicológico intenso quem disso duvidar - que os meus cânones, apesar de todas as adversidades, se continuam a estabelecer a nível muito, mas muito acima, algures entre Hollywood, Monte Carlo e o Clube ! (chk).
Sem cedências, com coerência, sempre para mim a melhor, eis o meu lema.

5 comentários:

Clara disse...

Oh Vitor aquele olhar enternecedor lançado à "menina" Fontella na passada quinta feira, não enganava!!!! Vá Bela e Luís, ajudem aqui, pois aos 3 logo surgiu o pensamento que no próximo jantar de Natal já iriamos ter cantoria à mesa e a senhora passaria a ser nossa conviva! :)
Foi Deussseee!!!! :)

Bela disse...

Cantora de cabaret de terceira... credo, a senhora até nem tinha aspecto manhoso. O teu interesse é muito legítimo,canta muito bem e é bonita... deu-te com cada "cantiga" hi! hi! hi!
E tu também lhe cantavas qualquer coisa, não?
;o)

Vitor Reis M disse...

vamos lá ver: eu neste blog não gosto especialmente de falar de mim próprio, embora já o tenha feito mais do que se calhar devia. mas eu sou assim.
só que neste caso não tenho culpa.
o facto é que sou um heterosexual, isto é só gosto de mulheres. mas não da Fontella, coitada, que até foi bem simpática. mas nem eu saberia cantar como ela, nem ela me encantaria como eu preciso de ser "enternecido". se já me conhecessem um bocadinho, imaginariam as minhas amigas, talvez, que para me enternecer, mulher que por isso se interesse, terá de ter outros argumentos, à luz de um conceito de beleza e grandeza global que é exigente, sim senhoras, mas tem materialização conhecida.
recordo-me aliás (como poderia não ter notado?) de duas materializações de elevado gabarito (á luz do meu exigente conceito) encontráveis naquela mesma sala, 5ª fª, bem próximo deste fraco de coração.
sosseguem no entanto todos os espíritos, que para além destes conceitos, o escriba ainda domina as artes do bom senso, da moderação e da (auto) contenção de ânimos.
disse.

Luís Miguel Barros disse...

O olhar embaciado insinuava a suspeita. O sorriso Giocondiano sublinhava-a. Subentendia-se uma mente perdida em divagações libidinosas. O queixo apoiado numa mão que tapava quase metade de um rosto que caminhava para a felicidade. E a camisa! Os botões iam fraquejando e saiam de suas casas à medida que a temperatura subia, permitindo a entrada de uma leve brisa, qual aragem penteando um campo de trigo. Só havia uma explicação: vinha aí o costoletão! É natural. Eu próprio sentia as palmas das mãos transpiradas, antecipando a chegada. Mas o dito cujo não esteve à altura de outras refeições. Morto (e sem vida) não satisfez as expectativas. Qual o motivo de tanta e tão continuada e prolongada satisfação, então? Foi aí que as suspeitas recairam sobre a representante das terras de Vera Cruz. Sentia-se uma química no ar. Uma electricidade, algo não material e etéreo. Devia ser fumo. Faziam-se apostas, pediam-se músicas. E sempre aquele olhar perdido numa superior felicidade. Negada que está a aparente evidência dos factos que tão carinhosamente construímos, torna-se agora claro o motivo de tanta satisfação: uma boa mesa rodeada de pessoas com "H" grande, boas e animadas conversas. Há lá motivo de maior embevecimento?

Vitor Reis M disse...

e há ainda um factor não referido até agora: brasileira cantora que não conhece Bebel Gilberto, por mim, 'tamos conversados.
bela imagem essa das pessoas com H grande. é bem verdade que pelo menos metade da mesa tinha mesmo só pessoas com H muito grande e que no outro lado, não podendo eu garantir H tão elevado, era ele, o H, ainda assim muito considerável.