segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
Bom Ano 2008
Das que se vive, das que se sentem, das que se comem, das que se bebem, ...e de todas as outras também!
Feliz 2008
domingo, 30 de dezembro de 2007
'bora lá tentar um grande Ano Novo
Tal como este jovem palestiniano (foto - da Reuters - de ontem, em Gaza), cujo olhar está entre querer e descrer, também nós precisamos de um Ano Novo com boas notícias.
Vamos lá fazer um grande ano, para cada um de nós, para todos os que amamos e, já agora, vamos lá tentar dar uma ajudinha, à nossa pequena escala, para um 2008 melhor para todo o mundo do que foi 2007.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Benazir Bhutto, há 2 meses, quando da penúltima tentativa de assassinato
Há pessoas que são grandes, grandes, como que possuídas de um sentido de missão que as multiplica na grandeza, que lhes confere um valor de outra dimensão à sua vida e que torna por sua vez os nossos pequenos problemas tão mais irrelevantes.
É dessa grandiosa matéria-prima que Benazir de há muito me parecia feita, como bem se pode perceber escutando-a na sua impressionante reacção ao anterior ataque suicida, há 2 meses. São cerca de 12 minutos que vos convido a roubarem ao V. lazer, dedicando-os à sua memória.
Talvez por isso, porque esta grandeza é mortífera para a corrupção, para as máfias, para a criminalidade institucionalizada nos poderes mais ou menos informais das sociedades a Oriente - no Paquistão levada ao governo institucional e entronizada pelos Serviços Secretos e pelos militares, por sua vez provavelmente pagos e instigados pela Síria, Arábia Saudita, Al Qaeda e por outras associações criminosas mais ou menos orgânicas - foi seguramente por isso que Benazir tinha uma sentença de morte traçada. Parecia apenas uma questão de tempo.
Mulher, bela, demasiado ocidentalizada para o seu meio, isto é demasiado revolucionária nos valores, demasiado livre, perigosa e excessivamente democrática para aquele mundo de trevas que é em grande medida o Médio-Oriente, Benazir pode ainda vir a ser uma referência, se os democratas no Paquistão conseguirem prevalecer e se os democratas do mundo encontrarem melhores formas de romper o cerco da semi-barbárie que ainda domina aquela região.
Oxalá que a coragem desta grande mulher tenha valido a pena, na sua abdicação da liberdade individual, do seu conforto, da sua família, da sua vida. Oxalá que, para todos os que prezamos a vida, a liberdade, os valores básicos da dignidade dos homens e dos povos, que a todos nos sirva de lição e que percebamos melhor que há grandes causas no mundo que precisam de grandes líderes e que há pequenos gestos que todos podemos ter, deplorando e denunciando a presumivel impunidade dos miseráveis assassinos de Benazir, ou quando elogiarmos o exemplo de cidadania e heroicidade desta grande mulher.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Feliz Natal
S. Nicolau foi um bondoso bispo que nasceu em 280 d.C. na Turquia. Morreu com a idade de 41 anos. e seu corpo encontra-se em Itália (Bári).
Existem algumas histórias a seu respeito em que se realça a sua generosidade.
Uma delas conta que S. Nicolau costumava oferecer presentes aos pobres e conta-se também que salvava marinheiros vítimas de tempestades. Livrou muita gente da fome e teve pelas crianças um carinho muito especial, que o levou a fundar um orfanato. Por tudo isso S. Nicolau passou a ser considerado, o santo padroeiro das crianças e dos marinheiros.
Chegou a estar preso pelos romanos, sendo libertado pelo imperador Constantino que se convertera ao Cristianismo. Foi protector de marinheiros ladrões e mendigos.
É a Holanda o país que mais o festeja, pois diz-se que foram barcos holandeses que trouxeram as primeiras notícias dele para o norte da Europa.
Quando a sua fama chegou aos Estados Unidos, ficou com o nome Santa Claus. Nesta altura era muito popular.
As crianças pediam-lhe presentes com antecedência, para que no Natal os pudessem ter.
Passou então a ser representado por um homem gorducho, bonacheirão, bem disposto e generoso.
É uma história curiosa, como tantas outras também, já desde século. Antigamente o Pai Natal vestia-se de formas muito variadas. Os fatos eram normalmente de cores garridas e na cabeça usava normalmente um barrete ou uma coroa de azevinho. No entanto, a sua figura nunca foi representada de uma forma única e que o caracterizasse universalmente. Até que em 1931, durante as suas campanhas de Inverno, a empresa Coca-Cola veio resolver a questão.
Usaram a figura de S. Nicolau com umas vestimentas especiais, para promover a famosa bebida. Contrataram um actor para representar o bispo, ao qual vestiram um fato vermelho, de calças e túnica e, na cabeça foi colocado um barrete também ele vermelho, com um debruado a branco e um pompom na ponta.
Portanto estas duas cores foram escolhidas, porque eram as mesmas que a Coca-Cola era comercializada.
Assim o Pai Natal, apareceria com um ar carinhoso e uma garrafa de Coca-Cola na mão.
Esta campanha correu o mundo e alcançou um grande sucesso, tornando a figura do Pai Natal, verdadeiramente carismática e que já não imaginamos de outro modo.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
(podia ser) uma história de Natal
Mas não se ficou ele pelo "santinho", acrescentando um ainda mais não habitual, mas não original, "não sei se é".
Fiquei preocupado, pois estava eu acompanhado de uma mulher que mal me conhecia e o risco de ali acontecer um "male flirt" fez soar-me campaínhas. Mas não.
"É que não sei se sabe porque se diz "santinho" a alguém que espirra?". Que não senhor, não sabia eu, disse-lhe. "Pois, é que parece que o nosso coração para quando espirramos. Como que suspende o seu batimento, para que o ar expelido não o sufoque ao sair. Em boa verdade, como que morremos naquela fracção de segundo. Por isso diziam os antigos que se o coração para, então, quando acabou o espirro e estamos vivos é porque somos santos. Santinhos, na expressão mais carinhosa".
"Conte agora você a história aos seus amigos, visto que a mim também me contaram. Boa noite, tenha um bom Natal".
A mulher que estava comigo olhou-me e, naturalmente, riu-se comigo do que se passara.
Notei entretanto que tenho espirrado menos desde essa noite.
domingo, 23 de dezembro de 2007
Parabéns AnaBela!
Um dia, Beethoven compôs esta maravilhosa sonata, "Für Elise", procurando que ela espelhasse sobretudo a grandeza de Elise, o seu amor de então.
"Für Elise" é hoje, seguramente, dos momentos máximos do lirismo na música, mas é ao mesmo tempo um instrumento bem adequado para que aqui no Clube se elogie a tua grandeza enquanto amiga, enquanto pessoa, enquanto Anabela. Ou seja, porque merecias o melhor, tinha de se ir procurar o melhor de um dos maiores poetas em música de sempre, "Für Anabela".
sábado, 22 de dezembro de 2007
K'Nojo
Caros Clubistas, não se consegue ficar indiferente ao mundo que nos rodeia depois de visitarmos a exposição que está patente no Pavilhão do Conhecimento; recomendo vivamente e não deixem de levar os v/crios pois surpreender-se-ão com "as coisas que eles sabem".
Esta época é propícia a tal visita, talvez (se ainda a tempo amanhã, pois Segunda está encerrado) na noite de 24 sejam mais comedidos... ah mas fiquei a saber que "largar um gáz" nem é assim tão mau, pelo contrário recomenda-se e muito... K'Nojo.
A visitar e Boas Festas.
PS: Não esquecer de snifar os aromas nas garrafas logo à entrada, do melhor.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
o Natal de um crente
Hoje, acredito em "deuses" concretos, pessoas das boas, mulheres e homens que espalham o bem no seu dia-a-dia, que se preocupam e se ocupam de outros, que se entregam sem interesses, que são felizes quando encontram outros felizes, ou a isso ajudam. Nem que seja em um só acto por dia, mesmo a um desconhecido na rua. Nem que seja por serem apenas verdadeiros com os outros com quem interagem. Esses são os meus "deuses".
Os meus "deuses", na noite de Natal, vão também estar em hospitais, em casas com idosos, nas ruas a ajudar outros, em simples casas de famílias normais, tratando de crianças, velhos, desvalidos, ou apenas dos seus filhos, dos pais, dos outros que amam, amando, acarinhando, perdoando.
Claro que também ofereço presentes e tenho até uma árvore de Natal em casa.
Não tenho é ilusões. Preciso e acredito nas pessoas capazes de humanidade e empenhadas nos outros. São essas que, todos os dias, me ajudam no equilíbrio espiritual, a mim, um irremediável descrente na "vida para além desta que tenho", mas crente em que é possível assistir à natalidade, em cada dia, de algo de bom em cada um de (quase) todos quantos conheço.
Um bom Natal, ó clubistas!
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Alcorazes, massacotes e "O Batareo"
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Coisas do Clube ! (chk) - o relatório, 142 dias depois
Camaradas e amigas, o Clube ! (chk) precisa de fazer um balanço dos primeiros 142 dias de vida.
- média diária de visitas: 24 em Outubro; 26 em Novembro; 29 em Dezembro
- pico de visitas: entre 6 e 7 de Dezembro tivemos 80 visitas
- entre 20 de Outubro e 13 de Dezembro tivemos um total de cerca de 1400 visitas (muita gente à porta do Clube, já se vê)
- 9 clubistas "postaram"
- publicámos 162 vezes, sendo que os 3 mais frequentes "postadores" (duas "elas" e um "gajo") têm um "share" de mais de 70%
- em Setembro, publicámos mais vezes, 54
- houve 231 comentários
- o "post" mais comentado (10 vezes) foi o notável, o espantoso, o indescritível "Comidinha", publicado a 10 de Outubro
Tomara muitos poderem gabar-se deste nível, desta pinta, deste toque tão chique (chk).
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Xutos e Pontapés - 20 anos de Circo de Feras
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Crianças Índias
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
a história de um dia perfeito
A história deste dia (ontem, quarta-feira) fez-se com várias mulheres providenciais, três sandes de leitão, duas imperiais e meia e um bonito concerto das Au Revoir Simone.
Mas vamos por partes.
A sempre presente radiofónica Isilda Sanches arrancou-nos o primeiro bilhete algures do impossível, talvez em tributo de algumas tardes e encontros por ela connosco bem passados.
A Carla da "Everything Is New" demorou 4 horas, mas encontrou-nos o segundo bilhete, surgindo na noite do Alquimista, deslumbrante e salvadora, como que saída de uma tela dos estúdios DreamWorks.
Desconfio que mais vezes deixaremos esgotar concertos para recorrermos à Carla.
As sandes de leitão da "Nova Pombalina" foram revelação e a sua cultura de cliente uma lição magistral, abrindo portas já fechadas para deliciar dois esfomeados peregrinos da noite.
Os pedacitos de iscas de leitão em molho de mostarda fecharam em apoteose aquele breve momento de encanto puro.
A Catarina Silva veio de Gaia sem bilhete e se viu o concerto fica a devê-lo a nós, as suas "almas salvadoras", imparáveis a arrancar um bilhete da "dama de Nova Iorque", uma estranha mulher do Clube de Amigos do S. Carlos, erudita por engano no Alquimista, mas ansiosa por vender dois bilhetes. E a Catarina estava sozinha. Mas o Clube estava lá e não podia a Catarina voltar a Gaia sem ver as meninas de Brooklyn, NY.
E depois as Au Revoir Simone, três mulheres - ao centro delas Annie Paradise, o rosto mais belo que nos palcos de Lisboa de há uns bons anos se viu - e uma música de absoluto requinte e máxima depuração, a simplicidade e a rítmica em doses q.b.
Um som que fez, talvez, o melhor álbum de 2007 ("The Bird of Music") e que ao vivo ainda mais faz lembrar as saudosas caixinhas de música, ou talvez canções de colégios de freiras e até as melodias infantis de tantas memórias.
O concerto - "à pinha" - das Au Revoir Simone fechou magnificamente, como tinha de ser, um dia perfeito, cheio de mulheres e sorrisos. Que mais podiam dois homens (o Zé e este porteiro) querer num só dia?
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Xutos & Pontapés
Este ano o grande circo de Rock 'n Roll chega à cidade de Lisboa e vai estar a 8 e 9 de Dezembro no Campo Pequeno: O Circo de Feras dos Xutos & Pontapés celebra 20 anos e promete ser um grande espectáculo.
13 de Janeiro de 1979: Primeira actuação ao vivo dos Xutos & Pontapés, na comemoração dos "25 anos do Rock and Roll".
E assim começa a carreira desta banda, que tem tido sucessos estrondosos como Chuva Dissolvente, Contentores, Circo de Feras, Não sou o único, N'América, Á minha maneira, Minha casinha, Sou bom, Aí se ele caí, O mundo ao contrário, Homem do Leme e muitos, muitos mais....
Hoje a banda ainda mantém 3 dos elementos originais: Tim (agora voz e baixo), Zé Pedro e Kalú, acompanhados de João Cabeleira e Gui que se juntaram à banda nos anos 80.
Quem quiser festejar com estes senhores e o seu Circo de Feras ainda encontra bilhetes certamente... Sim, porque tal foi a procura que resolveram fazer mais um concerto no domingo.
Eu Vou! ;))
hoje à noite o Clube estará no Castelo para ouvir estas senhoras
Foi bem difícil, uma odisseia das antigas, mas o Santiago Alquimista vai levar com o Clube em peso, pelo menos 200 quilos.
Mas as Au Revoir Simone merecem. Depois contamos tudo.
PS - mais uma vez não cumpri. Voltei depressa. Tive saudades.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Deus também se engana
O Tiago tem um tumor cerebral. Incurável. De acordo com as cruas leis da medicina e da física, o Tiago pode deixar de existir de um momento para o outro.
Hoje recebemos a sua visita, por intermédio de uma Instituição, a “Terra dos Sonhos”, que se dedica a concretizar sonhos de crianças com doenças crónicas ou incuráveis.
Vá-se lá saber porquê o Tiago manifestou o desejo de ver uma “fábrica de papel”. Não sabemos porquê este desejo nem sabemos se a visita correspondeu às suas expectativas. Mas o sorriso na cara dele deixou transparecer que gostou. Ainda bem.
Não sabemos quando e se o voltaremos a ver. De qualquer forma aqui fica o desejo: Feliz Natal Tiago! Onde quer que seja.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
domingo, 2 de dezembro de 2007
Parabéns, Clara!
sábado, 1 de dezembro de 2007
o "caso" Esmeralda
Mal informado que estou, sinto-me tentado a começar por não entender como poderia um pai perder o direito a ter a sua filha com ele, ou como poderia a Esmeralda ver-lhe negada a possibilidade de viver, sofrer e amar com o seu pai.
Como se perguntava há dias António Lobo Xavier, admitirá alguém, e à luz de que moral, que se esperasse pelos 18 anos para lhe dizer então, "olha, o teu pai luta há 16 anos para estar contigo, mas um tribunal achou que ficavas mais confortável se ficasses com os senhores com quem viveste, não com o teu pai"?
Também não percebo a história do "pai afectivo", como se se possa chamar de pai a alguém que não ao nosso progenitor.
E depois até parece que o senhor com quem Esmeralda vive foi já condenado, entre outras, pela acusação de sequestro e pelo incumprimento de sentenças judiciais, desde tempos em que tinha a criança ainda 2 anos.
Tivesse ele cumprido a lei e teria então sim minorado decerto o sofrimento da criança, se é que se pode chamar de sofrimento a ter a pequena Esmeralda a oportunidade de viver com o pai.
Mas reconheço que tudo isto são impressões e que preciso formar melhor opinião. Alguém tem?
quando a democracia implica com a vida: um Viva ao Garry Kasparov
As armas são desiguais, mas também a dimensão moral destes dois homens é incomparável.
E depois há que honrar Litvinenko, não pelo que este possa ter sido em vida, mas pela sua morte sórdida e tremendamente cobarde, num incrível atentado à inteligência do mundo inteiro.
Há também que fazer justiça à memória da assassinada Anna Politkovskaya, a mulher das mil coragens, capaz de mover mundos para revelar o lado negríssimo do poder de Moscovo, em tantos aspectos tão negro como antes da queda do muro de Berlim.
Por tudo isto, um grande viva ao Kasparov, na sua luta com armas tão mais desiguais que antes, quando defrontou Karpov, ou quando jogou contra o "Deep Blue" da IBM. Agora é mais difícil, é o tabuleiro da vida real, qual David contra Golias.
Que vença David, se possível com "cheque-mate".
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
diz Rui Tavares ("PÚBLICO" de ontem), sobre liderança
Diz-se que os líderes carismáticos conseguem produzir uma coisa chamada "campo de distorção do real". O líder entra na sala, faz um discurso, fala do futuro, e o pessoal não só acredita, como se sente já experimentando esse mesmo futuro. Depois o chefe vai embora, e a realidade continua. Às vezes muda, às vezes não; a maior parte das vezes muda pouco ou quase nada.
Isso não quer dizer que o "campo de distorção do real" seja puramente ilusório e, em consequência, inútil. Pelo contrário. É bom ouvir falar de como as coisas podem vir a ser. Por vezes, a partilha colectiva dessa esperança pode fazer a realidade pegar de empurrão.
Na maior parte das vezes, porém, a realidade é uma coisa intratável.
O líder vai abusando da sua capacidade de convencer o público e o seu campo de distorção vai perdendo força. A certa altura ninguém acredita nele; nem sequer o próprio líder. (...)"
Interessante.
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Hoteis em bico...
Caros membros e demais visitantes,
Na medida em que vi e vejo desprezado aquele apelo para uma mobilização para a noite do reveillon, serve o presente para vos comunicar que o local que tinha (e tenho) em mente para que passássemos juntos tal noite, era (e é) aquele que a foto ilustra.
Se me quiserem encontrar na noite do 31.12, já sabeis...
Ahhhhh agora já interessa analisar o tema, pois é... temos pena.
terça-feira, 27 de novembro de 2007
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
A EDP e as blogisses
Este fim de semana "científico" (decorreu o final oficial da semana da ciência) decidi voltar às minhas lides culturo-cientificas e visitar um local que à muito desejava visitar e sempre fui adiando por esta ou aquela razão, falo do Museu da Electricidade. Pais e Mães e outros que tais, vale de facto a pena sobretudo se devidamente acompanhado pelos cicerones que a EDP disponibiliza para a cerca de uma hora que demora o evento. Tentem-se, vão gostar...
PS: Parece que o nosso Clube já contagiou também o meu júnior e tenho mais esta sina de acompanhar um blog mais, o http://sitiodovijo.blogspot.com/. Convido-vos, passo a imodèstia e a baba, para uma visita.
Sweeny Todd - O Terrível Barbeiro de Fleet Street
Sweeney Todd é um thriller musical cheio de acção e emoção, com momentos de comédia, tensão dramática e crítica social que lhe conferem as características espectaculares do teatro total.
Na interpretação encontramos nomes como Carlos Guilherme (conhecido tenor português), Henrique Feist, Mário Redondo e Ana Ester, entre outros. A acompanhar todos eles está uma orquestra ao vivo de 10 músicos, 12 actores/bailarinos e 16 coralistas. A dupla de actores principais, muito bem acompanhada pelos restantes, é de tal forma fantástica que após uns primeiros 15 minutos menos brilhantes, faz com que as 2h e 45m de espectáculo se revelem bastante gratificantes.
Sinopse: Depois de anos passados nas galés devido a uma condenação injusta, Sweeney Todd regressa a Londres para procurar a mulher e a filha e se vingar daqueles que lhe destruíram a vida. A sua vingança manifesta-se em múltiplos crimes que o tornam conhecido como "o terrível barbeiro de Fleet Street". Mrs. Lovett , inquilina do mesmo prédio, torna-se sua comparsa, aproveitando os restos mortais das vítimas para fazer empadas que de tão deliciosas ganham fama na cidade de Londres.
Esta história foi-me contada como verdadeira num passeio nocturno que fiz pelas ruas de Londres... Será????
sábado, 24 de novembro de 2007
Crónica duma polémica anunciada
Aqui temos uma Polémica à antiga. Vasco Pulido Valente vs Miguel Sousa Tavares.
Estava anunciada, mas não se sabia quando iria estoirar.
Tinha havido uns tiritos, coisa pouca, nas entrevistas ao Expresso que ambos tinham dado nas últimas semanas, mas faltava a primeira bomba.
Pois este sábado, no jornal Público, Vasco Pulido Valente "deu uma tareia, uma autêntica sova" no «Rio das Flores», último livro do Miguel Sousa Tavares.
Algo me diz que isto vai aquecer e espera-se ansiosamente pela resposta de MST.
Se isto animar a sério pode acabar tudo à pancada, apesar de VPV no seu artigo deste sábado terminar assim: «Uma última observação: discuti neste artigo um livro e um autor, não estou disposto a discutir a minha pessoa ou a pessoa de Sousa Tavares».
Rio das Flores Vale pouco ou nada como romance histórico, é pobre e vulgar como romance de família
24.11.2007
Pedimos a Vasco Pulido Valente que lesse Rio das Flores, o último livro de Miguel Sousa Tavares. O romance conta a história de uma família de latifundiários alentejanos na primeira metade do século XX. O historiador, especialista da República, não gostou e diz que o escritor não ilumina a época nem a percebe
Numa entrevista ao Expresso, Miguel Sousa Tavares contou um caso, inteiramente imaginário, da minha suposta desonestidade (teria criticado o Equador, sem o ler) e acrescentou alguns comentários desagradáveis. Como é natural, desmenti. Isto bastou para que ele anunciasse por SMS à minha mulher e, a seguir, no Diário de Notícias que "ia dar cabo de mim". Parece que, segundo o critério dele, não "deu", por esta vez, "cabo de mim". Ficou pelo insulto e pela injúria; e pela ameaça implícita de que, se quisesse, revelaria episódios da minha vida pessoal (cinco ou seis) para liquidar a minha figura pública. Nestas digressões Miguel Sousa Tavares não falou uma única vez de um livro meu ou do meu jornalismo. Excepto sobre o meu "carácter" privado, não abriu a boca. Em cinquenta anos, não me lembro de encontrar um ódio tão inexplicável. Fiquei espantadíssimo e até, num encontro de acaso, lhe tentei falar, para o ouvir e, como lhe disse, para lhe poupar no interesse dele uns tantos disparates no Rio das Flores. Não quis.
Escrevo esta crítica sem prazer. Nada pior do que ler um livro mau, excepto escrever sobre um livro mau. Mas, como se compreende, não podia deixar que a brutalidade de Miguel Sousa Tavares chegasse para me calar.
Preâmbulo
Uma ficção histórica (um romance), como a história, interpreta o passado. Ao contrário da história, pode inventar um passado, onde as fontes são omissas ou parciais. Pode deformar coerentemente o passado (dentro de limites), atribuindo, por exemplo, uma mentalidade moderna a personagens da Antiguidade ou da Idade Média. O que não pode é desconhecer e falsificar o passado ou dar dele versões falsas, simplificadoras ou propagandísticas. Convém, por isso, no caso do Rio das Flores, partir deste ponto elementar. Tanto mais que Sousa Tavares anuncia na badana que o livro assenta num "minucioso e exaustivo trabalho de pesquisa histórica".
Opiniões
Rio das Flores é a história de uma família de latifundiários do Alentejo entre 1915 e o fim da II Guerra: do pai (Manuel Custódio, que morre ao princípio do livro), da mãe (Maria da Glória), dos dois filhos (Diogo, o herói do romance, e Pedro, o seu contraponto), da mulher de Diogo (Amparo), da amante de Pedro e da segunda mulher de Diogo. Pelo livro perpassam outras criaturas, sempre de uma convencionalidade absoluta, que pouco vão além do nome, ou da etiqueta, e se esquecem imediatamente. Mesmo as personagens principais são pouco densas, sem complexidade ou interesse. Através da família dos Ribera Flores, o Rio das Flores pretende ser uma meditação política sobre a primeira metade do século XX. É bom por isso saber, um a um, o que têm dentro da cabeça e, sobretudo, o que tem dentro da cabeça Miguel Sousa Tavares: uma distinção muitas vezes difícil de estabelecer.
a. Opiniões de Manuel Custódio sobre a República - Claro que não tratarei aqui de opiniões, que servem para "caracterizar" Manuel Custódio como "personagem": uma regra que apliquei a Diogo e a Pedro. Só me interessam aquelas que revelam os conhecimentos dele ou, se preferirem, o grau de consciência da situação em que vive.
Manuel Custódio acha, por exemplo, que "as despesas da corte no tempo de Monarquia" eram ridículas comparadas com "o desperdício de dinheiros públicos do governo do dr. António José de Almeida - "o rei dos demagogos, o maior vendedor de feira que este país já conheceu"". Sendo que António José de Almeida foi presidente do Conselho entre Março de 1916 e Abril de 1917, quando Portugal entrou em guerra e se organizou o Corpo Expedicionário para a França, a comparação não faz sentido, nem (como no caso) numa querela de café.
Manuel Custódio acha que a República queria proibir "os padres de andar vestidos de padres". A República proibiu o uso de vestes talares na rua, isto é, de vestes que chegassem ao calcanhar (do latim: talus, calcanhar): numa palavra, a batina. Não proibiu o fato preto e o cabeção (ou volta), e a coroa, que identificavam perfeitamente os padres.
Manuel Custódio acha que vai "ganhar quem eu disser ou quem disser aquele pateta do Joaquim Gomes, o cabo eleitoral dos republicanos em Estremoz. É só esperar para ver qual de nós dois está disposto a gastar mais dinheiro com a eleição e depois contam-se os votos - se não houver chapelada deles". Isto mostra, numa cápsula, que Manuel Custódio não compreendia os mecanismos eleitorais da República, na prática um regime de partido único, o Partido Democrático. Nesse ano, 1921, ganhou a maioria o Partido Liberal por decisão de António José de Almeida (na altura Presidente da República) e com o acordo do Partido Democrático: o que, de resto, levou rapidamente ao assassinato do presidente do Conselho, o "liberal", António Granjo. Daí para frente, como desde 1911, o Partido Democrático ficou sempre, como antes, com a maioria no Parlamento e no Senado e Estremoz nunca elegeu um deputado monárquico.
Suponho que isto basta para indicar a natureza e a perspicácia das discussões políticas nos jantares de Manuel Custódio.
b. Opiniões de Diogo sobre a República - Como notei atrás, é difícil separar Diogo de Miguel Sousa Tavares. Seja como for, trato aqui só de opiniões que Miguel Sousa Tavares resolveu atribuir a Diogo e que não servem directamente para o "definir".
Escreve Sousa Tavares: "Diogo (...) não gostava de ser tratado por morgado, esse título que se referia ao iníquo sistema sucessório em que filho varão mais velho herdava tudo, como forma de defesa da propriedade familiar, evitando a sua divisão entre vários herdeiros. A República pusera fim legal aos morgadios e ele, embora tivesse saído pessoalmente a perder, estava de acordo." A Monarquia "pusera fim legal" ao último morgadio em 1863, com excepção da Casa Real. Nem Diogo, nem o pai, nem o avô, nem o bisavô, nem o tetravô repararam na coisa.
Diogo acha que a República instituiu "o sufrágio universal". A República notoriamente não instituiu o sufrágio universal. A lei eleitoral de 1911 deixava votar os maiores de 21 anos que soubessem ler e escrever ou que fossem chefes de família há mais de um ano. Infelizmente, na "eleição" de 1911 não se votou, por pressão do Partido Republicano, em quase metade dos círculos. Pior ainda, nos círculos em que se votou, bandos de terroristas "fiscalizaram" o acto. Na eleição seguinte, em 1913, o Partido Democrático restringiu o voto a maiores de 21 anos, do sexo masculino e letrados: um corpo eleitoral mais pequeno do que o da Monarquia. A República não podia, como é óbvio, deixar votar o povo analfabeto do campo, que obedeceria ou se "venderia" aos "caciques" monárquicos. Até 1926 (com a excepção do "sidonismo"), o regime de 1913 praticamente não mudou.
Diogo acha que a República decretou "o divórcio para quem não é católico". A República, de facto, decretou o divórcio para quem era ou não era católico, para quem se casara pelo registo civil ou pela Igreja. Mas são subtilezas que excedem Diogo.
Diogo acha (ou parece achar) que a República foi uma democracia. A um amigo pergunta: "Os portugueses livraram-se de uma ditadura (a Monarquia) e, menos de vinte anos depois, já querem outra (a ditadura militar)." E, durante o pronunciamento republicano de 1937, pensa que em breve se irá restabelecer a "legalidade democrática". Verdade que Diogo tem ideias muito estranhas sobre a Monarquia e era muito novo em 1910. Mas não conseguir ver, aos 27 anos, o que toda a gente via, ou seja, que a República não passara da ditadura do Partido Democrático (de que ele mesmo, de resto, se gabava) e que não existira legalidade alguma, excede a ignorância permissível.
Diogo acha, enfim, que é (ou foi) "um monárquico constitucionalista". Esperemos que tenha querido dizer "constitucional".
É com uma personagem desta lucidez que temos de acompanhar a história política de Portugal, de Espanha, do resto da Europa e do Brasil durante 608 páginas. É principalmente através dele que o leitor é convidado a "ver" a ditadura, a liberdade e o destino do mundo.
c. Opiniões de Miguel Sousa Tavares sobre a Monarquia e a República - Quando aqui me refiro a Miguel Sousa Tavares deve ser claro que me refiro ao narrador. Incumbia, em princípio, ao narrador alguma exactidão e alguma subtileza interpretativa. Vamos por partes.
Começa por que Miguel Sousa Tavares, como Diogo, tem uma ideia insólita da Monarquia. Sousa Tavares acha que uma "aristocracia caduca e inculta" dominava a Monarquia: os "marqueses de berço" e os "condes de ocasião". Desde 1871, ou seja, nos cinquenta anos que precederam a República, estiveram no governo, entre dezenas de ministros, 2 marqueses, 3 condes, 3 viscondes. Excepto Sabugosa (um ano no Ministério da Marinha), nenhum "de berço", todos "de ocasião". Havia, claro, muita gente de "boas famílias de província" ou da classe média de Lisboa e do Porto, em geral com pouco dinheiro, que mandara estudar os filhos. E uma apreciável quantidade de self-made men. De uma "aristocracia caduca e inculta" a governar o país nem os próprios republicanos se queixavam.
Sousa Tavares acha que existiu um "poder autocrático e distante" nos "últimos tempos da Monarquia". Poder de quem? Dos partidos? Do rei? E quando? Durante a crise de 1891-1893? Durante os meses da "ditadura" administrativa de João Franco? A "descrição" é vácua: e falsa.
Sousa Tavares acha que "os grandes capitalistas (...) tinham mantido cativa a Monarquia, trocando créditos à Casa Real por concessões de monopólios e oportunidades de negócio nas colónias de África". Os governos vigiavam os dinheiros do rei, vintém a vintém. João Franco publicou (com injusto escândalo) as contas todas. Nem o mais remoto vestígio de evidência permite a Sousa Tavares dizer o que disse. E nem o Partido Republicano, indiferente à calúnia, se atreveu a ir tão longe.
De resto, as noções de Sousa Tavares sobre a República são vagas. Acha que foi um regime "dissoluto, deliquescente" e "que parecia sem rumo" (o que não quer dizer absolutamente nada). Acha que "abandonou à sua sorte as colónias de África por absoluta incapacidade de gestão" (um erro óbvio) e acha que se "arruinou na aventura militar da Flandres" para conservar o Império Português (tese contestada e hoje abandonada). Acha que a República fez do "clero regular, e em especial dos Jesuítas, o seu principal inimigo" (não existiam em Portugal mais de uma centena ou duas de Jesuítas no 5 de Outubro) e que "insinuou tréguas" ao clero regular, "em troca de apoio". Não lhe ocorreu sequer que a Lei de Separação, que tenta "explicar" (com vários erros pelo meio), se dirigia na essência ao clero regular. Nada disto é para levar a sério e não contribuiu remotamente para que alguém perceba a República.
Mas Sousa Tavares não pára aqui. Acha, por exemplo, que a República confiscou os bens dos "aristocratas exilados" (não confiscou) e que o Papa "se apressou a publicar uma encíclica contra ela" (não publicou uma encíclica, publicou uma bula, que repetia a doutrina pouco antes estabelecida para França) e que deu "instruções secretas aos bispos portugueses com vista a uma resistência clandestina como no tempo dos primeiros cristãos de Roma" (!!!). Vale a pena comentar?
d. Opiniões de Pedro - Pedro, graças a Deus, quase não fala. Expele tiradas de propaganda, com frequência completamente anacrónicas (mas não se pode pedir muito). É o contraponto da direita de que Diogo precisa. Não adianta, nem atrasa.
Resumos
de "História"
Como o Rio das Flores vai de 1915 ao fim da II Guerra, Sousa Tavares é obrigado a entremear a vida dos Ribera Flores, com resumos do que sucedeu em Portugal e no mundo. Estes resumos seriam sempre uma simplificação. Com Sousa Tavares, são, além disso, de um primarismo, de uma banalidade e de uma ignorância, que não permitem o mais vago entendimento do que se passou. Tanto mais que o narrador resvala constantemente para a retórica da indignação pré-"25 de Abril" e de quando em quando faz digressões de uma extraordinária irrelevância, para exibir a sua virtude ou a sua cultura, ou simplesmente porque lhe pareceram "engraçadas". Não se procure aqui a história ou "atmosfera" dos anos 20, 30 e 40. Segue, para guia do leitor, a lista dos resumos:
A Ditadura Militar, Salazar e o Estado Novo - Com erro atrás de erro, não há lugar-comum que Sousa Tavares nos poupe sobre o "28 de Maio", a personalidade de Salazar e a perversidade do Estado Novo. Infelizmente, como não compreendeu a República, não consegue compreender Salazar, nem os mecanismos por que tomou e consolidou o poder. O narrador repete a evidência de que o exército e a Igreja apoiaram Salazar: não esclarece nem como, nem porquê. E não lhe ocorre que a liquidação política do liberalismo e do radicalismo a favor do "viver habitualmente" (cujo significado essencial lhe escapa) implicasse mais do que a polícia e a censura.
O pronunciamento de Fevereiro de 1937 - O narrador não trata dos motivos corporativos do pronunciamento ou da sua natureza política. Resolve contar o episódio, em que Diogo nem sequer participa, porque sim.
Política espanhola até 1936 - Diogo explica incontestavelmente o que o narrador pensa: "Houve eleições (em 1931), ganharam os republicanos e socialistas e há um governo legítimo em funções. Um governo escolhido pelo povo: conhece melhor alternativa para governar os povos?" Em 1932, torna a dizer o mesmo. Talvez seja apropriado observar que em 1931 e 1932 já a Espanha estava em guerra civil larvar.
A Guerra Civil de Espanha - Miguel Sousa Tavares escreve que a Frente Popular ganhou a eleição de 1936 por 150.000 votos, uma margem ridícula. Se tivesse lido Hugh Thomas com atenção (vem na bibliografia), saberia como esse número é enganador e artificial. Não leu ou não se ralou. O título do primeiro grande "clássico" sobre a Guerra de Espanha é O Labirinto Espanhol. Mas Miguel Sousa Tavares não perde tempo com complexidades. Num único parágrafo descreve (mal) as razões políticas da guerra e segue para uma reportagem truncada e tosca da conspiração e do levantamento militar. Por necessidade narrativa (Pedro vai para Sevilha para combater na Legião Estrangeira), conta em mais pormenor o "golpe" de Queipo de Llano em Sevilha e, com um enorme buraco pelo meio, a campanha nacionalista até Madrid, onde Pedro é ferido.
Desta prosa atrapalhada e confusa, sobra uma pérola. Cito: "No lado oposto, pontificava o socialista de esquerda Largo Caballero, um político populista e demagogo (...). "A revolução a que aspiramos - dizia ele, sem medir as palavras - só terá sucesso através da violência."" Isto sobre um homem a quem chamavam desde 1933 o "Lenine de Espanha, um homem que organizara e declarara a greve geral revolucionária de 1934 (a chamada "revolução de Outubro) e que já expressamente ameaçara antes com a guerra civil : "não media as palavras". Isto sobre o chefe de um partido, cujo programa, entre outras coisas, reclamava: a nacionalização da terra, a dissolução e expropriação das ordens regulares, a dissolução do exército e a dissolução da Guarda Civil: "não media as palavras".
A política de não-intervenção - O narrador volta à denúncia (indignada, claro) da política de não-intervenção. Tal qual como se Blum (a Frente Popular Francesa) e a Inglaterra fossem absolutamente livres de intervir e tivessem escolhido não o fazer. Não eram e seria aqui inútil demonstrar por quê. Mas três observações de Miguel Sousa Tavares merecem (pelo absurdo) um comentário.
1.ª Sousa Tavares escreve: "De início, o ditador comunista (Estaline) não parecia muito inclinado a envolver-se no conflito espanhol, mas a enorme pressão exercida pelo Komintern acabou por forçá-lo a mudar de política." Se, em 1936, algum membro do Komintern manifestasse a mais ligeira discordância de Estaline, seria imediatamente morto, se estivesse na URSS, ou expulso do partido, se não estivesse. Miguel Sousa Tavares não sabia isto?
2.ª Sousa Tavares escreve, glosando o tema: "Depois de duas décadas a pregar o "internacionalismo proletário", os comunistas de todas as partes do mundo não conseguiam compreender como é que a "Pátria do Socialismo" poderia assistir de braços cruzados a um conflito onde um povo em armas pela Revolução Socialista enfrentava uma coligação de todas as direitas, apoiada por Hitler e Mussolini." Os comunistas não conseguiam compreender? Não tinham compreendido o terror no Partido da União Soviética, os julgamentos de Moscovo (e ainda em 1936 os de Zinoviev e Kamenev), a mudança na Alemanha e na França da estratégia "classe contra classe" para a estratégia "frente popular"? Não iriam compreender o pacto germano-soviético em 1939? Miguel Sousa Tavares não sabia disto?
3.ª Sousa Tavares escreve: "Graças ao trabalho de sapa do embaixador em Espanha, Teotónio Pereira, e à sua facilidade em chegar junto a Franco, foi possível (...) conter os ímpetos expansionistas do ministro (dos Negócios Estrangeiros e antes do Interior) espanhol (Serrano Suner) e a sua tentação de estender o Reich à Península Ibérica. / Este foi o primeiro objectivo de Salazar na pasta (dos Negócios Estrangeiros) e teve sucesso." Miguel Sousa Tavares engole aqui (anzol, linha e cana) a propaganda salazarista. Franco nunca quis qualquer aliança com Hitler como provam à saciedade as condições proibitivas que lhe pôs no encontro de Hendaye (1940). Hitler também não queria a expansão da Alemanha para sul, como escreveu no Mein Kamppf , nem a "estratégia de ofensiva no sul", como mostrou em 1940 e 1941. Em Hendaye, queria que a Espanha expulsasse a Inglaterra de Gibraltar, sozinha ou com uma pequena ajuda, e sem compensações territoriais, susceptíveis de incomodar a Itália e a França de Vichy, coisa que Franco naturalmente recusou. Nem Salazar, nem Teotónio Pereira contribuíram fosse o que fosse para a neutralidade da Península.
Política externa de Salazar - Sobre a política externa de Salazar é ocioso insistir. A neutralidade de Portugal convinha aos dois lados. As pequenas cedências aqui e ali (volfrâmio, Açores) como a zanga com Armindo Monteiro, embora parte do folclore da velha oposição, não têm qualquer espécie de significado. Um ponto, no entanto: ao contrário do que Sousa Tavares parece pensar (ou leva o leitor a pensar), Salazar deu "total liberdade" a todos os "serviços de espionagem" e não só aos alemães.
Política brasileira - Por causa da progressiva emigração de Diogo para o Brasil, há em Rio das Flores dezenas de páginas sobre política brasileira (e mesmo sobre a economia do café), que não sou competente para avaliar. De resto, se o assunto me interessasse, e duvido que interesse alguém em Portugal, escolhia outro livro. Com este (que li e reli), não aprendi nada.
Cronologia
Miguel Sousa Tavares reconhece, numa "nota final", que tomou algumas liberdades com a cronologia. O que não interessaria muito, se elas não afectassem a substância da intriga. Mas neste caso afectam. Duas vezes.
1.ª Miguel quer "mover" Diogo para o Brasil. Diogo é proprietário de uma firma de import-export, que um judeu alemão, Gabriel Matthaus, representa no Brasil. Em Dezembro de 1935, Gabriel vai ver a família à Alemanha e, segundo Sousa Tavares, fica oficialmente impedido de tornar a sair. Ora, excepto se Gabriel fosse por qualquer razão um "suspeito" político (coisa que o livro não menciona), em 1936 podia ainda deixar a Alemanha, embora sem dinheiro ou praticamente sem dinheiro (o que o prejudicava relativamente pouco porque vivia da empresa do Brasil). Entre 1933 e 1937, emigraram 87.000 judeus alemães dos 437.000 que continuavam no Reich: 25.000 em 1936 (o ano em causa) e 23.000 em 1937. Verdade que em 1937, não em 1936, o Brasil fechou as portas à emigração judaica, mas ficaram Cuba, a Colômbia, a Venezuela e o México, onde era depois possível arranjar um "visto" para outro destino. A situação de Gabriel serve principalmente para "avançar" a intriga do romance (Diogo parte para o Brasil para o substituir) e para uma breve, e como sempre distorcida e primária, referência ao Holocausto. Esta espécie de "habilidade" cronológica não é venial, nem aceitável.
Mas, antes de passar à frente, não resisto a uma transcrição, típica da maneira como Sousa Tavares escreve sobre o mundo: "No mês anterior", declara ele, "Hitler anexara a Renânia ao Reich, fazendo tábua rasa dos Acordos de Versalhes, que haviam estabelecido a região como zona desmilitarizada." Hitler não anexou a Renânia, porque a Renânia era parte do Reich. Hitler militarizou a Renânia, coisa que o Tratado de Versalhes de facto proibia. Quase tudo o que Sousa Tavares diz sobre Hitler e o nazismo é assim: errado, aproximativo ou confuso.
2.ª Lá mais para o fim do livro, Sousa Tavares tem o problema contrário: a intriga exige que Diogo fique no Brasil. Como resolver a coisa? Sousa Tavares inventa que a partir do começo da guerra (Setembro de 1939) não existia maneira de atravessar o Atlântico em segurança. Existiu, pelo menos, durante um ano, até Julho de 1940, e em rigor até Julho de 1941, para navios de passageiros com bandeira neutra, que viajavam para portos de países neutros. Centenas de milhares de pessoas foram nessa altura para a América do Sul e para a América do Norte, sem uma perda, e os barcos voltavam para a Europa meio vazios.
Mas com este truque Sousa Tavares faz com que Diogo não venha para Portugal contra a sua vontade, porque isso é essencial à intriga e à "definição" da personagem. Imagino que um iletrado (a maioria dos leitores) acredite piamente em Sousa Tavares.
O uso das fontes e "peças de jornalismo"
Para além das "meditações" sobre política (sob forma de polémica ou não), Sousa Tavares precisa de "encher" o romance, de o "enchumaçar". Para isso, usa fontes. Na história, como na ficção histórica, as fontes devem servir para suportar uma narrativa ou um argumento, esclarecer um ponto obscuro, excepcionalmente para uma descrição com valor alegórico, metafórico, simbólico, analítico ou dramático. Nunca devem servir para uma simples paráfrase ou como uma espécie de reservatório de elementos decorativos, para dar "cor" a um episódio, à maneira do jornalismo de "revista". Infelizmente, é assim que Sousa Tavares sistematicamente as usa. Há passagens que quem se deu ao trabalho de ler a bibliografia percebe muitas vezes donde foram "tiradas". Segue uma lista:
1.º Uma tourada em Sevilha. Sousa Tavares não estava com atenção quando "estudou" a fonte e confunde a capa (ou capote) com a muleta. Daí em diante é o puro disparate.
2.º História abreviada do Palácio Real de Estremoz.
3.º Descrições de vários automóveis.
4.º Descrição do voo de um Zeppelin sobre Lisboa. 5.º Opiniões do embaixador inglês (em 1929) e do sr. R.A. Gallop sobre os portugueses.
6.º Breve história do restaurante Tavares Rico.
7.º O cinema em Lisboa no princípio dos anos 30.
8.º Descrição dos efeitos da crise de 1929 em Portugal.
9.º Descrição de um Zeppelin.
10.º Descrição e história do hotel Copacabana Palace.
11.º Nova descrição de hotéis e de alguns cafés frequentados por intelectuais no Rio.
12.º Preparativos para a Exposição do Mundo Português e obras da referida Exposição.
13.º Economia do café no Brasil.
14.º Descrição e história da fazenda Águas Claras.
15.º Diatribe contra intelectuais brasileiros que colaboram com Getúlio Vargas.
16.º Algumas notas sobre a família Werneck.
17.º Descrição e história da cidade de Vassouras.
18.º Descrição da querela entre Salazar e Armindo Monteiro.
19.º História da demissão do vice-cônsul de Portugal em Vichy (depois de preso pela Gestapo), recomendada por um terceiro secretário de embaixada, Emílio Patrício.
A maior parte destas digressões não tem qualquer função na narrativa: não passa de um ornamento "colado" à narrativa. E a pequena parte que tem uma função podia ter sido reduzida a uma frase ou a meia dúzia de linhas. Sousa Tavares não diz nada indirectamente: não sugere, não insinua, não omite. Não escreve como quem escreve um romance, escreve como quem escreve um relatório: directamente, com a mesma luz branca e monótona para tudo.
Lendo o Rio das Flores, uma pessoa sente claramente quando entrou a "ficha" (de informação) sobre isto ou sobre aquilo. E o peso das fichas torna o livro pueril como um "trabalho de casa". Mas também o desequilibra. A interminável quantidade de páginas sobre, por exemplo, os Zeppelin, a política brasileira (em que Diogo não participa) ou as belezas de Vassouras são meras curiosidades, que estão ali porque estão, e atenuam ou dissolvem a já fraca intensidade do romance.
Comida
No Rio das Flores há 17 descrições de comida. Dessas 17 só quatro ou cinco (e com muito boa vontade) se justificam.
Sentenças
De quando em quando, Sousa Tavares gosta de dar a sua sentença. Para apreciar a sua profundidade e a perspicácia, aqui vão algumas:
1.º "... O Corpo Expedicionário Português fora dizimado em dois dias de Abril à mais imbecil estratégia militar de todos os tempos - a chamada guerra das trincheiras..." Morreram 9 milhões de pessoas porque ninguém (pelo menos tão inteligente com Sousa Tavares) descobriu que a guerra de trincheiras era imbecil.
2.º "... numa Europa ainda mal refeita dos efeitos catastróficos da imbecil guerra de 14-18..." E pensar a gente que se gastou tanto tempo a tentar perceber uma "imbecilidade".
3.º "... toda a elite nacional de então, continuava a alimentar a lenda do regresso desse patético rei D. Sebastião - o mais imbecil, incompetente e irresponsável governante de toda a história de Portugal." Isto é o que Sousa Tavares compreende de D. Sebastião e do sebastianismo.
4.º "... o poeta (Fernando Pessoa) retirava-se (...) dedicando-se (...) à escrita da mais extraordinária obra literária que Portugal alguma vez tivera." Nada de discussões.
5.º "A lista dos intelectuais que militaram pela causa da esquerda espanhola era absolutamente impressionante - não havia, praticamente, um escritor, um músico, um filósofo prestigiado, um Prémio Nobel, que lá não figurasse..." Palavra de honra?
Estes juízos não são percalços, são sinais particularmente cómicos da imaturidade e presunção que permeiam o livro inteiro.
"Personagens"
Como escrevi acima, anda muita gente pelo Rio das Flores: que sai e entra, com uma identidade qualquer e se esquece imediatamente. Na família Ribera Flores, que ocupa o centro da história, as mulheres, Maria da Glória e Amparo, são meros comparsas, de uma confrangedora convencionalidade. Nada de essencial as distingue uma da outra. Literariamente, não existem.
Diogo, o herói principal, é, por um lado, uma colecção de opiniões: representa a inquietação democrática. E, por outro, uma colecção de decisões arbitrárias e de paixões melodramáticas: representa a inquietação existencial. Mas, como só vê e só percebe a superfície dele próprio, do mundo e das pessoas, nunca chega a interessar ou a comover. Não passa de um artifício.
Pedro, o irmão, representa a tradição do latifundiário alentejano e a reacção política. Serve de contraponto a Diogo. Consegue ser um pouco mais "real" do que Diogo. Mas, sendo do princípio ao fim uma "personagem" esquemática e, por isso mesmo, previsível, não é convincente.
Como escreve
Sousa Tavares
Como escreve Sousa Tavares? Sousa Tavares não tem um "estilo", se entendermos por "estilo" uma forma característica de escrever. Sousa Tavares escreve como um jornalista: fluentemente e anonimamente. Quando quer ir mais longe e "fazer estilo", os resultados não se recomendam. Um exemplo ao acaso: "Parecia que Sevilha inteira flutuava com ele dentro de um carrossel de sensações, de excitação, rumo a um ponto qualquer onde tudo aquilo teria forçosamente de explodir num apocalipse."
O lugar-comum abunda: "as areias de Alcácer-Kibir" são "incandescentes"; a "beleza de Amparo" é "encandeante"; a actividade do Natal "é desenfreada"; a "continuidade das coisas" é "reconfortante"; o filho de Diogo "ensaia os primeiros passos"; as pernas de uma senhora são "bem desenhadas" e os olhos "grandes" e a boca "rasgada"; a mãe ama o filho "até ao absurdo"; o corpo da senhora já referida é "esguio e proporcionado"; as palavras "estrangulam a garganta" da mesma senhora; quando Pedro percebe que ela o vai deixar é "como se uma bomba tivesse acabado de rebentar dentro da cabeça dele"; "quem nunca sofreu por amor nunca aprenderá a amar. Amar é o terror de perder o outro, é o medo do silêncio e do quarto deserto...", etc., etc., etc.
Sempre assim.
Conclusão
Como romance histórico e político da primeira metade do século XX, uma alta ambição, o Rio das Flores vale pouco ou nada. Com a sua superficialidade e a sua ignorância (a bibliografia do livro mostra principalmente o que ele não leu, ou seja, quase tudo), Sousa Tavares repete a versão popular "esquerdista", sem "iluminar" a época e sem a perceber. Como romance de uma família, o Rio das Flores é pobre e vulgar. Há quem se entretenha com esta espécie de produto, mas não se trata com certeza de literatura.
Uma última observação: discuti neste artigo um livro e um autor, não estou disposto a discutir a minha pessoa ou a pessoa de Sousa Tavares.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
enfim, a verdadeira história da morte da Estrelinha
O Leo sempre fora um macho viçoso, cão de raça indistinta, talvez herdeiro de gerações de gladiadores.
Os seus passeios na praceta revelavam já antes personalidade efervescente, desafiante, o dente sempre pronto.
A pobre da Estrelinha era uma caniche pequena, delicada, sempre bem penteada, prendada.
Não pareciam feitos um para o outro.
Só que no sábado o Leo decidiu que tinha de ter a Estrelinha. O seu gesto de aproximação era como uma ordem, do género "hoje és minha, abre as pernas".
Mas a Estrelinha não sabia o que isso era. Assustou-se e latiu. Para o Leo só isso era demais. Dente no pescoço e adeus Estrelinha.
A Estrelinha nem chegou a entender. O seu latido era como que uma pergunta: "o que queres?"
O sangue jorrou na praceta e o Leo seguiu como se nada fosse, alçando a perna mais adiante e mijando orgulhoso para o mundo.
O dono encarou o caso como dono de gato que o vê matando rato. Uma perfeita normalidade. Ficou dividido entre a indiferença e o sentido de vocação cumprida. "O Leo é como eu, um verdadeiro macho", pensou.
Já a dona da Estrelinha, segundo consta, depois do estado de choque, dirigiu-se garbosamente ao dono do Leo para lhe dizer que "isto não fica assim, eu hei-de vingar a Estrelinha e espetar uma faca nos cornos desse assassino".
Parece que o dono do Leo rosnou e que o criminoso mostrou o dente e levantou o lábio.
Teme-se agora que aquele dente afiado mostrado tão a descoberto seja mau presságio, especulando-se que o perigo não espreite já somente canídeos mas também humanos emocionais, os mais frágeis e sensíveis.
Em suma, será que outros crimes se perfilam na praceta da Avenida de Roma, já chamada de praceta do Leo? Irá a dona da Estrelinha cumprir a ameaça, vingando a caniche?
Um sítio nada recomendável por estes dias, tenham pois cuidado.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Quem escreveu "Os Lusíadas"?
Numa manhã, a professora pergunta ao aluno:
- Diz-me lá quem escreveu "Os Lusíadas"?
O aluno, a gaguejar, responde: - Não sei, Sra. Professora, mas eu não fui. E começa a chorar.
A professora, furiosa, diz-lhe: - Pois então, de tarde, quero falar com o teu pai.
Em conversa com o pai, a professora faz-lhe queixa: - Não percebo o seu filho. Perguntei-lhe quem escreveu "Os Lusíadas" e ele respondeu-me que não sabia, que não foi ele...
Diz o pai: - Bem, ele não costuma ser mentiroso, se diz que não foi ele, é porque não foi. Já se fosse o irmão...
Irritada com tanta ignorância, a professora resolve ir para casa e, na passagem pelo posto local da G.N.R., diz-lhe o comandante: - Parece que o dia não lhe correu muito bem...
- Pois não. Imagine que perguntei a um aluno quem escreveu "Os Lusíadas". Respondeu-me que não sabia, que não foi ele, e começou a chorar.
O comandante do posto: - Não se preocupe. Chamamos cá o miúdo, damos-lhe um "aperto", vai ver que ele confessa tudo!
Com os cabelos em pé, a professora chega a casa e encontra o marido sentado no sofá, a ler o jornal. Pergunta-lhe este: - Então o dia correu bem?
- Ora, deixa-me cá ver. Hoje perguntei a um aluno quem escreveu "Os Lusíadas". Começou a gaguejar, que não sabia, que não tinha sido ele, e pôs-se a chorar. O pai diz-me que ele não costuma ser mentiroso. O comandante da G.N.R. quer chamá-lo e obrigá-lo a confessar. Que hei-de fazer a isto?
O marido, confortando-a: - Olha, esquece. Janta, dorme e amanhã tudo se resolve. Vais ver que se calhar foste tu e já não te lembras...!
O assassínio da cadela Estrelinha
Mas o crime aconteceu, no fim-de-semana passado, e, miseravelmente, só um jornal lhe deu a primeira página. Como já se esperava, esgotou logo a edição.
Alguém conhece os detalhes do Crime da Praceta da Avenida de Roma?
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Hugo Chavez, em casa, em Lisboa
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Foto do dia 19 de Novembro de 2007 (NG)
APELO A SANTO ANTÓNIO
O nosso porteiro falou tanto de política e "inté" visitou o antro deles, que achei graça a estes versos que traduzem o desejo da maioria dos "tugas". ;o)
Ó meu rico Santo António
Meu santinho Milagreiro
Vê se levas o Zé Sócrates
P'ra junto do Sá Carneiro
Se puderes faz um esforço
Porque o caminho é penoso
Aproveita a viagem
E leva o Durão Barroso
Para que tudo corra bem
E porque a viagem entristece
Faz uma limpeza geral
E leva também o PS
Para que não fiquem a rir-se
Os senhores do PSD
Mete-os no mesmo carro
Juntamente com os do PCP
Porque a viagem é cara
E é preciso cultivar as hortas
Para rentabilizar o percurso
Não deixes cá o Paulo Portas
Para ficar tudo limpo
E purificar bem a coisa
Arranja um cantinho
E leva o Jerónimo de Sousa
Como estamos em democracia
Embora não pareça às vezes
Aproveita o transporte
E leva também o Menezes
Se puderes faz esse jeito
Em Maio, mês da maçã
A temperatura está boa
Não te esqueças do Louçã
Todos eles são matreiros
E vivem à base de golpes
Faz lá mais um favorzinho
E leva o Santana Lopes
Isto chegou a tal ponto
E vão as coisas tão mal
Que só varrendo esta gente
Se salvará Portugal
E como o carro vem vazio
E é preciso poupar
Traz de volta o nosso tio
O Professor Salazar
E para este não vir sozinho
Mais um ou dois não faz mal
Por também fazer falta
Traz o Marquês de Pombal!
domingo, 18 de novembro de 2007
Carago...
Caros,
Recomendo vivamente uma visita a http://http://www.lifecooler.com/edicoes/lifecooler/index.asp e uma pesquisa sobre um tal de Motel Flamingo lá para os lados da Perafita (Matosinhos) (não esquecer de ver a totalidade do artigo o que inclui a reportagem fotográfica).
Cristo, que bom que será viver lá para as bandas do norte, têm-se o FCP e o Pinto da Costa as gaijas também os murcões (a propósitio não temos tido a visita do dito !), as francesinhas e agora esta maravilha nortenha... carago ! A que horas parte o próximo Alfa Pendular...
sábado, 17 de novembro de 2007
o efeito que as pizzas têm na mente
Parece que, mesmo com todos os sacrifícios, o dinheiro se lhes acabou no dia 20.
O interessante é que, constatando o óbvio, resolveu aumentar de 200 Euros o salário dos seus trabalhadores, o que me levanta a seguinte perplexidade: se lhe faltou dinheiro para um terço do mês, por que raio só aumentou os salários em 20%, como se os meses tivessem 24 dias, quando todos sabemos que às vezes parece terem mais de 50?
Esta história lembrou-me algo que testemunhei há uns 20 anos, quando o Rui, um amigo e funcionário de uma empresa próxima de mim, se insurgiu um dia veementemente para se queixar do seu baixo salário e acabou tendo pena do seu chefe - a quem se queixava - por este descontar muito mais escudos do que quantos ganhava todos os meses o Rui. "Nunca tinha pensado nesta injustiça, coitado do Sr. Zé Rodrigues", disse depois este meu amigo.
os clips do porteiro: Xutos e Pontapés, "Sémen"
Muitos não saberão, mas esta foi a cançoneta que iniciou o ciclo editorial dos Xutos, algures por fins de 1981.
Os meus ouvidos escutaram a primeira audição pública, no célebre "Rolls Rock", do FM da Rádio Comercial, realizado por António Sérgio.
E tenho o single, salvo erro ganho ao telefone com o António Sérgio, grande divulgador e o primeiro produtor e editor dos Xutos.
O meu reconhecido bom gosto
Esclareço publicamente - e ameaço já com açoite psicológico intenso quem disso duvidar - que os meus cânones, apesar de todas as adversidades, se continuam a estabelecer a nível muito, mas muito acima, algures entre Hollywood, Monte Carlo e o Clube ! (chk).
Sem cedências, com coerência, sempre para mim a melhor, eis o meu lema.
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
o Stress de tratar bem o corpinho!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
depois do Activia e da fibra, os dentes, depois da maçã os dentes, depois da banana os dentes e assim sucessivamente enquanto tiveres dentes sem te esqueceres nunca de passar o fio dental massajador das gengivas e bochechar com PLAX... Melhor, amplia a casa de banho e põe a aparelhagem de música lá porque entre a água, a fibra e os dentes vais passar horas quase metade do dia ali dentro.Equipa-o também com jornais e revistas para te pores a par do que se passa enquanto estiveres sentado na retrete.
Úuuuf!
Mas se te restam 2 minutos, envia este texto aos teus amigos (que temos que regar como as plantas) enquanto comes uma colherzinha de Muesli ou All-Bran, que faz muito bem...E agora vou deixar-te porque entre o iogurte, o meio melão o primeiro litro de água e a terceira refeição do dia já não faço a mínima ideia oque é que estou a fazer porque preciso urgentemente de uma casa de banho.Ah, vou aproveitar e levo comigo a escova de dentes..."